Por G1


Surto de do novo coronavírus estimula novos tipos de cumprimentos — Foto: Yong Loo Lin School of Medicine/ Reprodução

Rejeitar uma mão estendida - sem ser rude - evitar beijar e abraçar, ou cumprimentar-se com os pés, são os novos comportamentos sociais que estão sendo adotados em vários países do mundo diante da nova epidemia de coronavírus, segundo a France Presse.

Sylvie Briand, uma importante autoridade da OMS, retuitou um desenho que mostra maneiras alternativas de cumprimentar um ao outro, incluindo o "footshake" (saudação com o pé) e cotovelo com cotovelo.

Alemanha

Na segunda-feira (2), o ministro do Interior alemão se recusou a cumprimentar a chanceler Angela Merkel com um aperto de mão. Em um clima ameno, a mandatária entendeu o recado e os dois começaram a rir. Veja o vídeo:

Ministro dispensa aperto de mão de Merkel em meio a surto de coronavírus

Ministro dispensa aperto de mão de Merkel em meio a surto de coronavírus

China

Em Pequim, placas pedem que as pessoas não troquem apertos de mão, mas que unam as próprias em saudação. Nos alto-falantes, recomenda-se fazer o tradicional gesto gong shou, palma no punho, para dizer olá.

Em Wenzhou, uma das cidades mais afetadas, dois policiais rejeitaram, sorridentes, a mão estendida de um jornalista da AFP, preferindo trocar um "toque no cotovelo".

Irã

No Irã, onde o lema "Não aperto sua mão porque te amo" se multiplica, tem se desenvolvido uma maneira de cumprimentar-se entre homens (na República Islâmica não é conveniente apertar a mão entre pessoas de sexos opostos), que consiste em avançar o punho fechado em direção ao outro, que faz o mesmo sem que os dois punhos entrem em contato.

Um vídeo viral nas redes sociais mostra três homens, dois dos quais com máscara e com as mãos nos bolsos, que se cumprimentam alegremente tocando os pés um do outro: o "footshake".

França

Há alguns dias, os jornais aconselham sobre novos comportamentos a serem adotados para substituir os apertos de mão e beijos.

Lembrando que o aperto de mão é relativamente recente, a partir da Idade Média, e também muito ocidental, um especialista em boas maneiras entrevistado por vários meios de comunicação, Philippe Lichtfus, insiste na importância de "olhar" para a pessoa que cumprimenta.

Nova Zelândia

Várias instituições abandonaram o "hongi", uma tradicional saudação maori na qual duas pessoas tocam o nariz e a testa. A Universidade Politécnica WelTec de Wellington substituiu o "hongi" pelo "waiata", um canto maori, para a cerimônia de boas-vindas aos novos alunos.

Espanha

A pouco mais de um mês da Semana Santa, no início de abril, os beijos à Virgem podem ser banidos. "É uma das medidas cogitadas", afirmou um funcionário do ministério da Saúde, Fernando Simón.

Durante a Semana Santa, principalmente na Espanha, são realizadas procissões católicas em todo o país, onde milhares de fiéis correm para tocar as mãos e os pés da Virgem ou dos santos para pedir proteção.

Romênia

Na Romênia, o medo do novo coronavírus corre o risco de estragar a celebração do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. O secretário de Estado da Saúde, Nelu Tataru, aconselhou os homens a não beijar as mulheres e apenas oferecer um buquê de flores ou um amuleto da sorte (o "Martisor"), como dita a tradição no início da primavera. "Oferecemos flores, mas não beijos", recomendou.

A poderosa Igreja Ortodoxa autorizou os fiéis a parar de abraçar os ícones nas igrejas e a usar uma colher descartável para a comunhão.

Holanda

Na Holanda, onde agora é proibido dar a hóstia na boca, as dioceses não pensaram em tudo: de acordo com o jornal de referência De Volkskrant, na missa de domingo em uma igreja em Amsterdã, o cesto de oferendas passou de mão em mão, como de costume.

Líbano

"Footshake" também no Líbano, onde um vídeo viral mostra o cantor Ragheb Alama e o comediante Michel Abou Sleiman, alegres, tocando os pés quatro vezes.

Austrália

O ministro da Saúde do estado de Nova Gales do Sul, Brad Hazzard, convidou os australianos a "dar tapinhas ao invés de apertar as mãos".

Brasil

O ministério da Saúde recomendou que os brasileiros não compartilhem as bombas de metal usadas para beber chimarrão. O beijo, "mesmo que não seja na boca", também é totalmente desaconselhável.

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recomendou que as dioceses divulguem informações sobre a epidemia. Entre as medidas adotadas por algumas dioceses durante as missas estão: dar a comunhão na mãos dos fiéis (e não na boca), a oração do Pai Nosso sem contato manual e evitar abraços no momento da "Paz de Cristo".

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