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Música, dança e histórias que inspiram

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Ouvir música no trabalho interfere na produtividade?

Diversos estudos apontam resultados positivos nesse sentido, mas respeitar as individualidades e as características dos espaços é fundamental

A música está em toda parte e é capaz de preencher qualquer ambiente. Seus efeitos em determinados grupos e situações, por sinal, costumam se tornar uma valiosa fonte de informação para a comunidade científica. Com o aumento da competitividade no mercado, um dos temas mais recorrentes nas últimas décadas tem sido o quanto ela pode afetar a produtividade no ambiente corporativo. Será que, ao escutar uma canção, alguém pode, de fato, trabalhar melhor?

Há quem garanta que sim. É o que diz, por exemplo, um estudo do departamento de musicoterapia da Universidade de Miami, publicado em 2005. Após monitorar o desempenho de desenvolvedores em quatro empresas de software do Canadá por cinco semanas, os pesquisadores concluíram que, com a trilha sonora em rotação, as tarefas não só eram cumpridas com mais qualidade, como em menor tempo.

Em entrevistas presenciais realizadas após a dinâmica, alguns dos participantes citaram que a música lhes dava a sensação de melhora na percepção dos detalhes, mesmo durante longos períodos dedicados à labuta.

Outro artigo partidário da mesma tese foi assinado pela sueca Anneli Haake, docente da Universidade de Sheffield (Inglaterra), em 2011. Ela optou por monitorar como o uso de plataformas de streaming em celulares e computadores modificava a relação dos escritórios com a música. Para isso, mapeou o comportamento de quase 300 funcionários de diversas empresas e, claro, seus níveis de produtividade.

A professora garantiu que todos passassem ao menos um terço de suas horas semanais trabalhadas ao som da maior variedade possível de estilos e artistas. E identificou pontos positivos em diversas ocasiões, especialmente quanto à melhora na concentração, alívio do stress e organização do espaço de trabalho.

“Empresários poderão se beneficiar, especialmente se reconhecerem o quanto é importante os funcionários escolherem sua própria música. Da mesma forma, se planejarem a estrutura física de sua empresa em conjunto com arquitetos terapeutas e desenvolvedores de tecnologia musical”, recomenda, ao fim do documento.

Cuidado para não desafinar

Antes de implantar ou aderir ao método em sua atividade profissional, é importante observar o ambiente ao redor. Afinal, se a música não surtir o efeito esperado, a “culpa” certamente não poderá ser transferida para o compositor.

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Na visão de especialistas, o ponto fundamental a ser considerado por um líder é simples: se alguém está acostumado a ouvir música enquanto trabalha, geralmente renderá melhor do que se for privado do hábito; e o mesmo se aplica à situação inversa. Contemplar os dois lados de forma harmônica, portanto, é o grande desafio.

Já para quem faz parte de uma equipe de trabalho, o fone de ouvido é o item obrigatório do kit da boa convivência. Afinal, diversas caixas de som tocando ao mesmo tempo certamente causarão constrangimentos.

Trilhas compatíveis

Embora haja um consenso de que o tipo de música mais “eficiente” para o trabalho varia de acordo com as preferências do ouvinte, algumas associações entre atividades e gêneros já são vistas como mais adequadas. É o que apontou, por exemplo, uma pesquisa realizada em 2014 por neurologistas do Mindlab International, um centro de pesquisas independente sediado em Brighton, no Reino Unido.

Para os analistas, o resultado dos testes indicou que canções pop funcionaram melhor para quem precisava produzir rápida e cuidadosamente, enquanto a música clássica se mostrou uma companhia na hora dos cálculos. Para revisão de textos, a dance music se sobressaiu.

Em um registro em vídeo sobre essas experiências, o coordenador do grupo, David Lewis, conversou com alguns dos participantes da pesquisa sobre o teor das descobertas.

Do pop à música clássica

Há dois anos, o Linkedin – rede social de conteúdo corporativo – e o Spotify, um dos mais populares serviços de streaming do mundo, colaboraram em uma pesquisa sobre o que os brasileiros pensam sobre ouvir música durante o trabalho. Foram ouvidas 1030 pessoas, de todos os estados do país.

De acordo com os dados apurados, 83% dos entrevistados eram adeptos do hábito enquanto produziam. Entre eles, pop (48%), MPB (33%) e música clássica (30%) se destacaram como os estilos preferidos durante o tempo no escritório.